quarta-feira, 3 de junho de 2009

Estréia!!!!!!

Escrever... coisa prazerosa, porém difícil de começar. Criei o blog há algum tempo, mas nunca soube exatamente sobre o que escrever... Lendo o blog da Diva Lali, acabei por me impulsionar, fora tantos outros que já leio, esse em especial me ajudou: vi que ela escreve coisas simples e fantásticas, exatamente o oposto do que eu me propunha, de escrever coisas interessantes, inteligentes, “saboreáveis”, mas que no fim nunca chegavam ao nível do que eu esperava e sempre iam pro lixo, ou pra lixeira, ou eram apagadas direto (com shift + del). Percebi meu perfeccionismo, e resolvi escrever qualquer coisa, como isso que está sendo redigido ao sabor do acaso, como uma conversa de MSN... Também não estou preocupado com ortografia mesmo sendo da área de letras (como sou contra a nova reforma ortográfica, me reservo o direito de ser rebelde e contrariar algumas noçõezinhas de concordância e sintaxe, mesmo que não sejam abrangidas pela novas regras), assim, vou seguir a Diva, e escrever, somente escrever... quem sabe não consigo levar esse blog adiante, como ela natural e docemente faz? E assim vai...
Começo difícil, mas não impossível... Agradeço à Diva pelo impulso...

E pra começar direito, lá vai um texto de meus grandes amigos Alsife Ezá e Casulo Pupa, que, ineditamente pela primeira vez sem haver outras vezes antes da vez anterior, escreveram algo em conjunto. Eis o que duas mentes de uma são capazes de fazer quando a mente original se parte em duas:



“OUTRAR” - (Alsife Ezá / Casulo Pupa)

Não quero ser inteligente, nem burro, nem bonito, nem feio, nem bom, nem mau...
Quero trilhar caminhos comuns e conhecidos, gostar de clichês, crer no que a maioria crê, fazer o que a maioria faz, pensar o que a maioria pensa.
Não quero entender o que ninguém entende, quero fazer cara de paisagem ante um assunto complicado...
Acreditar em coisas inacreditáveis, quero ter fé... por mais ilógica que seja.
Me iludir só com coisas iludíveis...
Não mais medir forças para provar o improvável.
Quero errar, e repetir o erro, varias vezes... e me revoltar com isso... e jamais aprender...
Que o fantasma da razão não me atormente com auto-análises cáusticas, muito menos com análises, ainda mais ácidas, sobre tudo que me cerca.
Esquecer os males recebidos, também os enviados.
Quero não saber que tudo pode se repetir, para não mais temer em seguir em frente...
Aprender a perdoar, pedir perdão... Aceitar que tudo é como é, e que não posso fazer nada, só aceitar...
Não quero estacar num ponto da vida, e perder o que não posso perder, mesmo que não faça a mínima idéia do que seja.
Ah... quero gozar da volubilidade, dessa tão confortável volubilidade...
Sem crises de consciência! Quero errar, e não perceber que errei, mesmo que me falem...
Sem me preocupar com evoluções internas, se machucarei alguém, antes que isso aconteça... Principalmente, sem me preocupar se serei machucado.
Não quero pensar em mais nada... Nem mesmo quero pensar!!!
Quero ficar em silencio, e ouvir, dentro de minha cabeça, somente grilos cantando...
Não quero criar teorias sobre fatos e comportamentos, não quero entender como e porquê coisas acontecem e atos são feitos.
Quero repetir jargões, ditos populares, como se fossem a filosofia mais exata possível (e talvez até sejam), quero pertencer ao senso-comum. Quero sê-lo!
Sentir o corpo arder, e confundir com sentimento puro.
Me enganar, acreditar que cada fato aparentemente novo é, de fato, novo.
Que as semelhanças me pareçam diferentes, e que as diferenças me pareçam semelhantes...
Ser semelhante aos que me são diferentes, e diferente de meus semelhantes...
Errar em conclusões, acertar no que nem pensei.
Quero ver, e somente ver... Sentir, e somente sentir... Só quero dividendos de operações matemáticas, talvez nem delas...
Não mais perder tempo em escrever textos afetados, dúbios, confusos, incoerentes... Quero matar o lirismo poético, que não me serve de nada... nada que seja útil de fato.
Não quero mais querer.
Quero fugir de mim, descansar... Para só depois me abrigar em mim mesmo.


(Esse texto também foi publicado no Salto15Vermelho. Clique na imagem ou aqui)
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