sábado, 21 de novembro de 2009

Embuído de vazio

Quero escrever... mas não sei o que... desde a ultima postagem (faz muito tempo) a cabeça ferve, vive em ebulição... mas nunca sai nada... é foda quando a cabeça anda mais rápido que a disposição... sempre foi assim, e talvez continue sendo... mas hoje ta mais fácil: a total falta de vontade, disposição, interesse, animo e idéias me ajudaram... dessa vez não tem como pensar, pensar e pensar e depois perceber que já perdeu a linha de raciocínio, o que dificulta muito colocar no papel (ou na tela)... hoje estou vazio... completamente vazio, sem nada que valha a pena comentar... curiosamente, nesses momentos é que me sinto mais eu... hoje estou no clima de “outrar” mas já postei isso antes, então também não vale a pena colocar aqui... pra hoje, coloco algo beeem mais antigo, o primeiro soneto do Alsife, que tenho certeza que ta mais pra Casulo...
Ah!! E só pra lembrar: se o soneto pareceu confuso, leia outra vez... se continuar confuso, leia outro blog... lá vai:

ÉGODA
(Alsife Ezá)

Canto I

O primeiro é naturalmente rosto;
Produzido, o segundo mascara.
Já cola-se à derme, se torna chaga,
E ao prurir, em si, o pior desgosto.

Foi engenho, pr’á que fosse oposto;
Um sobre o outro, o que não agrada,
Furtar um ser que a si mesmo enfada
E criar outro, em detrimento ao tosco.

E o novo, à luz, ganha, assim, a vida
Que o oculto, na sombra, não verá,
Por uma natureza fraca, contida.

Com razão, o segundo chora, pede
Ao primeiro que suma, que se vá,
Que permita à mascara ser pele.


(esse é só o Canto I... se algum dia eu estiver vazio de novo, coloco os demais)
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