sábado, 21 de novembro de 2009

Embuído de vazio

Quero escrever... mas não sei o que... desde a ultima postagem (faz muito tempo) a cabeça ferve, vive em ebulição... mas nunca sai nada... é foda quando a cabeça anda mais rápido que a disposição... sempre foi assim, e talvez continue sendo... mas hoje ta mais fácil: a total falta de vontade, disposição, interesse, animo e idéias me ajudaram... dessa vez não tem como pensar, pensar e pensar e depois perceber que já perdeu a linha de raciocínio, o que dificulta muito colocar no papel (ou na tela)... hoje estou vazio... completamente vazio, sem nada que valha a pena comentar... curiosamente, nesses momentos é que me sinto mais eu... hoje estou no clima de “outrar” mas já postei isso antes, então também não vale a pena colocar aqui... pra hoje, coloco algo beeem mais antigo, o primeiro soneto do Alsife, que tenho certeza que ta mais pra Casulo...
Ah!! E só pra lembrar: se o soneto pareceu confuso, leia outra vez... se continuar confuso, leia outro blog... lá vai:

ÉGODA
(Alsife Ezá)

Canto I

O primeiro é naturalmente rosto;
Produzido, o segundo mascara.
Já cola-se à derme, se torna chaga,
E ao prurir, em si, o pior desgosto.

Foi engenho, pr’á que fosse oposto;
Um sobre o outro, o que não agrada,
Furtar um ser que a si mesmo enfada
E criar outro, em detrimento ao tosco.

E o novo, à luz, ganha, assim, a vida
Que o oculto, na sombra, não verá,
Por uma natureza fraca, contida.

Com razão, o segundo chora, pede
Ao primeiro que suma, que se vá,
Que permita à mascara ser pele.


(esse é só o Canto I... se algum dia eu estiver vazio de novo, coloco os demais)

domingo, 4 de outubro de 2009

Poeteiros

Hoje, 4 de outubro... ao passar pelo Salto15Vermelho, vi algo que sabia, mas ha muito ja não lembrava... HOJE É O DIA DO POETA!!!

Sempre tive uma queda pelos versos, e até tentei rabiscar algumas coisas, mas não consegui... Por sorte, o Alsife apareceu e me deu a honra de emprestar as mãos a quem saiba escrever...

Passei um tempo quebrando a cabeça pra entender o que é ser poeta.. ainda não consegui, mas ja tenho algumas pistas: ser poeta não é escrever, até o Sarney escreve; ser poeta não é dominar a literatura, livros didáticos tem conteúdo de sobra... ser poeta é... simplesmente ser poeta!! Não precisa escrever, se o poema lhe causa estranhamento, você se sintoniza com o poeta que o escreveu. Se não somos poetas ao escrever, o somos ao ler (A uma poeta)... No fim, todos que apreciam isso tem 'alma de poeta'... somos simplesmente... POETAS!!

Eu queria colocar algo legal aqui... mas a Dona Lali ja fisgou Pessoa primeiro... tudo bem, Bandeira e Cecília também arregaçam... vamos lá:














Poética - Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

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Motivo - Cecília Meireles

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

domingo, 27 de setembro de 2009

Questão

"Qual é a questão do Mundo Legionário? Qual é a razão dele existir? Pode ser uma vontade de expressão, lúdica e vã, em busca somente e apenas do prazer solitário. Pode ser um afago ao ego, toques sutis na vaidade numa pitoresca arte de envolver, arrebanhar olhos pra si. Em qualquer dos devaneios, infere-se – ou não – sentido de “ser”... Quanta ineficácia!" – Casulo Pupa

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Achados e perdidos

Fazendo faxina no pc, encontrei algo de muito tempo... um depoimento do orkut que um amigo me mandou... uma das poucas pessoas que me conhecem de verdade (ele só me conhece pq se parece comigo... é tão surtado quanto eu, rsrs). Salvei esse pequeno texto pq achei a definição perfeita... e como encontrei hj, resolvi colocar aqui tb:

"Está aí alguém que tem alguma noção sobre o meio em que vive. Sabe que é indelével o passado e o futuro incerto. Faz as apostas muitas vezes errôneas mas não vive a vã ilusão de que elas um dia irão dar certo.Tem sempre uma palavra divertida para situações que, se não fossem trágicas, seriam cômicas.E tem algo que digamos... louco! Com picos de puro claustro e com picos de extroversão e sociabilidade que deixaria qualquer político de queixo caído!Tende a realizar grandes coisas, mas sempre encontra a barreira que esse mundo hipócrita fez, e muitas vezes, se sente culpado por não conseguir transpor essas barreiras!E sobretudo e contudo, é um grande amigo!Abraços cara!"


Fabio, valeu cara... sinto falta das nossas conversas doidas... precisamos terminar as teorias da "Matéria Ambiente" e dos "Pacotes de Pensamentos"...

domingo, 20 de setembro de 2009

Ensaio sobre Caramelos Marinhos


Fico pensando sobre as relações linfáticas... Serão meros desesperos grelo-sociais? Talvez não, talvez sim... Mas a questão principal é: de que forma os taturanamentos góticos podem vistoriar as caçambas imperiais? Sei lá... Isso me engravida... Me torna peralvilho antes os alvéolos suburbanos do crepúsculo madrugadesco.

Entre tantas pigmentações, penso que nada poderia esborrachear o fado cinético e tempestuoso da calmaria amarela... É como se em cada soberbismo fático houvesse uma organela fétida, conjurada por fetiços harrypotteranos...Enfim... Nada se consome em tudo... E aqui fica minha dica...

(Escrito em 2 minutos, com a lentidão necessária pra se fazer direito)

(Esse texto também foi publicado no Salto15Vermelho. Clique na imagem ou aqui)

sábado, 19 de setembro de 2009

ENEM!!!!

Pérolas do ENEM... outubro tá aí, e vou fazer ENEM também... será que meu surtos estão no mesmo nivel desses abaixo??

As frases e os comentários dos avaliadores:

"O sero mano tem uma missão..." (A minha, por exemplo, é ter que ler isso!)

"O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas.." (Levei uns minutos para identificar o El Niño...)

"O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!" (Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito)

"Enquanto isso os Zoutros... tudo baixo nive..." (Seja sempre você mesmo!!)

"A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região." (E,além de tudo, viajam pra caramba, hein?)

"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Entendeu ....?)

"Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele." (Faz sentido)

"O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes." (Achei que fosse a pesca dos pássaros.)

"É um problema de muita gravidez." (Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!)

"A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO." (Sem comentário)

"Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia" (Que pena.Também ursos e elefantes sumiram de lá)

"A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando" (Foi trazida nas caravelas, certo ?)

"O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos." (Não conte comigo)

"Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil" (Vamos trocar as fumaças pelas moto-serras)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Relacionamentando

Pqp! Hoje, logo hoje, me bateu... uma tijolada na cabeça!! Analisando uma conversa, talvez fosse uma conversa, ou debate, lamento de qualquer coisa do Terceiro com o Casulo, vi o que poderia me pôr a brincar com as letras...
Viam seu próprio Zeitgeist, ou melhor, do grupo, do Legionário... de confuso, foi clareando... entendi o que poderia tentar... vou escrever sobre o que já posso saborear do meu cérebro, desde tantas mudanças drásticas e repentinas...
Pensando só, agora. A cabeça entende, mas ainda não mudou. Se a cabeça não muda, o resto não muda. Mas até que teve muitas mudanças também: o ânimo, a disposição mental, os próprios pensamentos correm num ritmo diferente... conexões neurais novas, mais sinapses...
A cabeça ta fervendo... me vejo hoje, agora, morando sozinho, namorando... perto dos trinta, totalmente abobalhado com idéias que não sei de onde vêm pra cometer tal loucura... rsrs... agora pouco, depois do banho, comecei a conversar com o espelho – prática que recomendo a todas as pessoas – e como sempre, ele disse coisas racionais e sensatas... gosto dele, sempre tem boas observações dos fatos...depois de conversarmos, ele me disse pra prestar atenção nele, no espelho... pra ver a cara que eu tava... me falou que já passou da hora, e que era pra eu encarar...
Com certeza, desde o fatídico dia as coisas estão clareando aos poucos, como neblina em inverno, que demora a dissipar...
Boralá... se não for agora, quando vai ser então?? que o medo tenha medo de mim, rsrsrs...
Relacionamentos. O que é se relacionar? Trabalho, estudo, família, namoro, tantas formas de se envolver com pessoas... troço difícil esse. Lidar com pessoas é algo tão tosco quanto as próprias pessoas que constituem esse processo. É algo chato. Chato mesmo, pode acreditar... se prestar atenção no relacionamento, vai ver que é chato. Ainda bem que prestamos pouca atenção nele, hehehehe... os processos que se desenrolam no engenho do relacionamento é que são interessantes. É curioso como aprende-se a conhecer o outro, quase que mecanicamente, sem fórmula, o cérebro registra e armazena padrões que mudam ou se fixam conforme o tempo da relação. Já pensou nisso? Como conhecemos o outro? O que nos faz conhecer a pessoa que convive conosco? É uma fórmula incrível... deve ser genético, herança de algum ancestral mais amistoso, rs...

A mente voa longe... teorias e mais teorias... Esse post iria demorar muito mais, mas to com preguiça de discorrer sobre o assunto... outro dia eu termino...
Se o texto pareceu confuso, leia de novo... se continuar confuso, leia outro blog, kkkk...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Estréia!!!!!!

Escrever... coisa prazerosa, porém difícil de começar. Criei o blog há algum tempo, mas nunca soube exatamente sobre o que escrever... Lendo o blog da Diva Lali, acabei por me impulsionar, fora tantos outros que já leio, esse em especial me ajudou: vi que ela escreve coisas simples e fantásticas, exatamente o oposto do que eu me propunha, de escrever coisas interessantes, inteligentes, “saboreáveis”, mas que no fim nunca chegavam ao nível do que eu esperava e sempre iam pro lixo, ou pra lixeira, ou eram apagadas direto (com shift + del). Percebi meu perfeccionismo, e resolvi escrever qualquer coisa, como isso que está sendo redigido ao sabor do acaso, como uma conversa de MSN... Também não estou preocupado com ortografia mesmo sendo da área de letras (como sou contra a nova reforma ortográfica, me reservo o direito de ser rebelde e contrariar algumas noçõezinhas de concordância e sintaxe, mesmo que não sejam abrangidas pela novas regras), assim, vou seguir a Diva, e escrever, somente escrever... quem sabe não consigo levar esse blog adiante, como ela natural e docemente faz? E assim vai...
Começo difícil, mas não impossível... Agradeço à Diva pelo impulso...

E pra começar direito, lá vai um texto de meus grandes amigos Alsife Ezá e Casulo Pupa, que, ineditamente pela primeira vez sem haver outras vezes antes da vez anterior, escreveram algo em conjunto. Eis o que duas mentes de uma são capazes de fazer quando a mente original se parte em duas:



“OUTRAR” - (Alsife Ezá / Casulo Pupa)

Não quero ser inteligente, nem burro, nem bonito, nem feio, nem bom, nem mau...
Quero trilhar caminhos comuns e conhecidos, gostar de clichês, crer no que a maioria crê, fazer o que a maioria faz, pensar o que a maioria pensa.
Não quero entender o que ninguém entende, quero fazer cara de paisagem ante um assunto complicado...
Acreditar em coisas inacreditáveis, quero ter fé... por mais ilógica que seja.
Me iludir só com coisas iludíveis...
Não mais medir forças para provar o improvável.
Quero errar, e repetir o erro, varias vezes... e me revoltar com isso... e jamais aprender...
Que o fantasma da razão não me atormente com auto-análises cáusticas, muito menos com análises, ainda mais ácidas, sobre tudo que me cerca.
Esquecer os males recebidos, também os enviados.
Quero não saber que tudo pode se repetir, para não mais temer em seguir em frente...
Aprender a perdoar, pedir perdão... Aceitar que tudo é como é, e que não posso fazer nada, só aceitar...
Não quero estacar num ponto da vida, e perder o que não posso perder, mesmo que não faça a mínima idéia do que seja.
Ah... quero gozar da volubilidade, dessa tão confortável volubilidade...
Sem crises de consciência! Quero errar, e não perceber que errei, mesmo que me falem...
Sem me preocupar com evoluções internas, se machucarei alguém, antes que isso aconteça... Principalmente, sem me preocupar se serei machucado.
Não quero pensar em mais nada... Nem mesmo quero pensar!!!
Quero ficar em silencio, e ouvir, dentro de minha cabeça, somente grilos cantando...
Não quero criar teorias sobre fatos e comportamentos, não quero entender como e porquê coisas acontecem e atos são feitos.
Quero repetir jargões, ditos populares, como se fossem a filosofia mais exata possível (e talvez até sejam), quero pertencer ao senso-comum. Quero sê-lo!
Sentir o corpo arder, e confundir com sentimento puro.
Me enganar, acreditar que cada fato aparentemente novo é, de fato, novo.
Que as semelhanças me pareçam diferentes, e que as diferenças me pareçam semelhantes...
Ser semelhante aos que me são diferentes, e diferente de meus semelhantes...
Errar em conclusões, acertar no que nem pensei.
Quero ver, e somente ver... Sentir, e somente sentir... Só quero dividendos de operações matemáticas, talvez nem delas...
Não mais perder tempo em escrever textos afetados, dúbios, confusos, incoerentes... Quero matar o lirismo poético, que não me serve de nada... nada que seja útil de fato.
Não quero mais querer.
Quero fugir de mim, descansar... Para só depois me abrigar em mim mesmo.


(Esse texto também foi publicado no Salto15Vermelho. Clique na imagem ou aqui)
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